sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mortal

Chamaste-me de raio de sol
e acreditei na luz
que me envolvia o ser.
Alegrei-me com teu gesto
neste mundo indiferente.
Vi constelações silenciosas
e os astros a faiscar
em cores escarlate.
Um meteorito caiu do céu
em encantos estelares.
Confundi-me toda.
Nuvens brancas desenham
espaçonaves mágicas
e cometas cintilantes.
Lembro-me de histórias
de carneirinhos nos prados
e anjos alados a tocar instrumentos.
E de repente piso no chão molhado.
Sinto as pedras furando meu sapato.
Volto os olhos para o mundo real.
Abro minha natureza secreta.
Mil corações batem em
ritmo descompassado.
Asas abertas, quero voar
como os pássaros no horizonte.
Mas sinto minha própria dor
de criatura mortal.