sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Desventuras


Invento sonhos
para sobreviver.
Mas o silêncio de gerações
que carrego no peito
é fardo nos meus ombros.
Desafio a vida,
como se pudesse.
Espero o futuro
de perdas e dores
como é o porvir.
Sonho sem esperanças.
Sonho acordada.
Jogo fora as lembranças.
Não posso viver
do que já foi vivido
e acabado.
A dor está nos meus poros.
A cada esquina,
insisto na dor ancestral.

 

 

 

 

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Oceano

Penso que me amas
pelo avesso da vida
e fantasias o dia
em que me conheceste.
Não tenho mais ilusões
sobre o mar
nem sobre ti.
Não há como parar
as ressacas.
Nem as ondas.
Nem as marés.
Tampouco comprendo
a magia do deserto
que me atrai em sonhos.
Vejo miragens desérticas
nos teus olhos baços.
Como posso mirar-te assim?
Perda de tempo
a angústia que me toma
o corpo ao longo da vida.
Tento seguir lúcida
para o deserto incerto
do teu olhar mouro.
Não posso parar as ondas,
nem o tempo,
nem as marés.