No crepúsculo da vida
te encontrei.
Vinhas distraído,
o rosto contrafeito
de ilusões desfeitas
e de andanças bem vividas.
Nos olhamos apenas,
mas nosso olhar
continha segredos
e esperanças.
Quis logo contar-te algo.
Quis falar-te das estrelas
comovidas no espaço.
Quis cantar o mais belo cântico
pra que te apaixonasses
por mim na mesma hora.
Mas a bruma te envolveu,
fiquei a solfejar a música dos céus
e te dei meus braços estendidos.
sexta-feira, 9 de dezembro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
A Hora Incerta
Hora em que todos os caminhos
atravessam num louco zigue-zague.
Em redor do silêncio,
vestígios da memória.
Não posso dizer
que seja um clamor
de vozes cansadas.
Corta-me o coração
os sussurros das dores
não apaziguadas.
É madrugada
e na noite insone
procuro estrelas isoladas.
Mas é melancólico
o lado escuro dos sonos
sem acalanto.
Traduzo o silêncio.
Não encontro sílabas
nem palavras.
Contemplo a cidade
e há rastros de lágrimas
caindo no espaço dos rios.
Mas o rio passa alheio.
O vento também não dorme
e esvoaça no universo
seus ruídos.
E o solene sentimento
de morte e vida
floresce entre pontes e edifícios.
atravessam num louco zigue-zague.
Em redor do silêncio,
vestígios da memória.
Não posso dizer
que seja um clamor
de vozes cansadas.
Corta-me o coração
os sussurros das dores
não apaziguadas.
É madrugada
e na noite insone
procuro estrelas isoladas.
Mas é melancólico
o lado escuro dos sonos
sem acalanto.
Traduzo o silêncio.
Não encontro sílabas
nem palavras.
Contemplo a cidade
e há rastros de lágrimas
caindo no espaço dos rios.
Mas o rio passa alheio.
O vento também não dorme
e esvoaça no universo
seus ruídos.
E o solene sentimento
de morte e vida
floresce entre pontes e edifícios.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Cantata
Reinvento um sonho
para esquecê-lo depois.
Flores e borboletas
se esvaem das minhas mãos.
Imagino suas vidas.
Frágeis e breves
receptáculos de soluços
e belezas.
Dançam elas adoráveis.
Como são deslumbrantes
sob a luz do dia.
Mas soluçam suas dores
sob a sombra da noite.
Transitam de frio
e ninguém vê.
Saio de meu sonho.
O vento sopra
e fustiga meu rosto.
Eu me refugio do tempo
onde nada existe.
E o poema é apenas
uma palavra escrita.
para esquecê-lo depois.
Flores e borboletas
se esvaem das minhas mãos.
Imagino suas vidas.
Frágeis e breves
receptáculos de soluços
e belezas.
Dançam elas adoráveis.
Como são deslumbrantes
sob a luz do dia.
Mas soluçam suas dores
sob a sombra da noite.
Transitam de frio
e ninguém vê.
Saio de meu sonho.
O vento sopra
e fustiga meu rosto.
Eu me refugio do tempo
onde nada existe.
E o poema é apenas
uma palavra escrita.
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Poema triste
Para o amigo Billy Blanco, in memoriam
Na tarde inacabada
dos ciclos vividos,
parto em busca
das utopias.
Vou com meus medos
e levo meu espanto
na bagagem.
Estou só com minha angústia.
Olho o sol e as flores
a me falar de belezas.
Quero agarrar a estrela
que caiu,
ainda iluminada.
Mas a chuva ao final da tarde
desvia meu olhar.
Os ruídos dos pingos
são monótona canção
nos meus ouvidos cansados.
Talvez o meu tédio
nesta cama triste e fria
seja a expressão inequívoca
do barulho da chuva.
E meu pranto
se dilui na chuva,
no riacho e no oceano,
e deságua talvez no amor.
Anunciaram a minha quase morte.
Meu pranto forte
é o choro da criança no berço
sem saber se tem fome
ou sede de afeto.
Meu pranto é o choro
da infância perdida,
dos amigos deixados.
Meu pranto é tudo que desconheço.
Estou no fosso do tempo.
Meu pranto é esta longa travessia
de vozes órfãs.
Meu pranto é choro convulso
pelas composições
que não vou mais criar.
É a falta da família que vou deixar.
Meu pranto é o abismo derradeiro.
E eu enfim me curvo
ao som das cordas pungentes
de um violão amigo.
Na tarde inacabada
dos ciclos vividos,
parto em busca
das utopias.
Vou com meus medos
e levo meu espanto
na bagagem.
Estou só com minha angústia.
Olho o sol e as flores
a me falar de belezas.
Quero agarrar a estrela
que caiu,
ainda iluminada.
Mas a chuva ao final da tarde
desvia meu olhar.
Os ruídos dos pingos
são monótona canção
nos meus ouvidos cansados.
Talvez o meu tédio
nesta cama triste e fria
seja a expressão inequívoca
do barulho da chuva.
E meu pranto
se dilui na chuva,
no riacho e no oceano,
e deságua talvez no amor.
Anunciaram a minha quase morte.
Meu pranto forte
é o choro da criança no berço
sem saber se tem fome
ou sede de afeto.
Meu pranto é o choro
da infância perdida,
dos amigos deixados.
Meu pranto é tudo que desconheço.
Estou no fosso do tempo.
Meu pranto é esta longa travessia
de vozes órfãs.
Meu pranto é choro convulso
pelas composições
que não vou mais criar.
É a falta da família que vou deixar.
Meu pranto é o abismo derradeiro.
E eu enfim me curvo
ao som das cordas pungentes
de um violão amigo.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Viagem ao Tempo
Para Adonis Karan
Nas entranhas do oceano
tu te encontras
sem disfarces,
sem fantasias.
E nas águas profundas
areias revoltas,
corais e conchas
contam tuas memórias de vida.
A maresia enche de névoas,
por instantes, teus olhos secos
e transparentes.
Não há mais lágrimas
possíveis.
Choraste todos os prantos.
Te deixas arrastar
sem medo
por vagas e marés
em busca de caminhos.
Ondas te levam
para bem longe.
És um menino,
correndo descalço
pelas ruas do interior.
O som da voz materna
ecoa nos teus ouvidos
de tênues lembranças.
E o afeto da doce fala síria
te comove e te envolve,
acalentando quimeras
e delírios.
Tudo agora faz sentido.
Mas as ondas te devolvem
sem piedade,
bruscamente.
Tentas voltar
para o colo materno,
o mar não deixa.
Tentas agarrar o sonho
com tuas mãozinhas de menino.
Queres construir outras histórias.
Mas enfim te rendes
no turbilhão do ciclo da vida.
Nas entranhas do oceano
tu te encontras
sem disfarces,
sem fantasias.
E nas águas profundas
areias revoltas,
corais e conchas
contam tuas memórias de vida.
A maresia enche de névoas,
por instantes, teus olhos secos
e transparentes.
Não há mais lágrimas
possíveis.
Choraste todos os prantos.
Te deixas arrastar
sem medo
por vagas e marés
em busca de caminhos.
Ondas te levam
para bem longe.
És um menino,
correndo descalço
pelas ruas do interior.
O som da voz materna
ecoa nos teus ouvidos
de tênues lembranças.
E o afeto da doce fala síria
te comove e te envolve,
acalentando quimeras
e delírios.
Tudo agora faz sentido.
Mas as ondas te devolvem
sem piedade,
bruscamente.
Tentas voltar
para o colo materno,
o mar não deixa.
Tentas agarrar o sonho
com tuas mãozinhas de menino.
Queres construir outras histórias.
Mas enfim te rendes
no turbilhão do ciclo da vida.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
À Deriva
O que me derrota
é saber que o tempo
não está a favor dos ventos.
E nos deixa à deriva.
Desperdiçamos momentos
de ternura e enlevo.
Brigamos por coisas vãs.
E o tempo não perdoa.
Esta certeza arruína
meus sonhos.
Construimos pesadelos.
Um frio desconhecido
percorre
meu corpo.
Já sinto tua falta anunciada.
O futuro nos acena
com partidas,
velas aos mares
e despedidas.
Nada posso fazer.
O amor escorre pelos dedos.
Sinto saudade do carinho
que me supria.
Sinto falta do acalanto
nas noites insones.
Um pouco de fel trava
a conversa de hoje.
Quando tudo era mel,
tu não prestavas atenção.
E o teu descuido,
meu amor,
foi fatal.
Ou talvez inevitável.
é saber que o tempo
não está a favor dos ventos.
E nos deixa à deriva.
Desperdiçamos momentos
de ternura e enlevo.
Brigamos por coisas vãs.
E o tempo não perdoa.
Esta certeza arruína
meus sonhos.
Construimos pesadelos.
Um frio desconhecido
percorre
meu corpo.
Já sinto tua falta anunciada.
O futuro nos acena
com partidas,
velas aos mares
e despedidas.
Nada posso fazer.
O amor escorre pelos dedos.
Sinto saudade do carinho
que me supria.
Sinto falta do acalanto
nas noites insones.
Um pouco de fel trava
a conversa de hoje.
Quando tudo era mel,
tu não prestavas atenção.
E o teu descuido,
meu amor,
foi fatal.
Ou talvez inevitável.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Sem Forças para Voar
Roubaste de mim
a bússola,
meus parâmetros.
Deixaste-me com
paradoxos.
Teus antepassados
largaram rastros pesados,
incrustados
na tua alma peregrina.
Há areia desértica
que velam teus olhos.
É o legado que recebeste.
É o teu triste e doloroso legado.
Teu sangue sírio
percorre tuas veias e nas
tuas vísceras quentes
vejo adagas e punhais.
Tu te revoltas contra as misérias
do mundo terreno.
Brigas com a humanidade.
Choras o tempo que flui.
Mas nada podes fazer.
E não te libertas
do passado de venturas.
Estás preso como
frágil crisálida
sem forças para romper
o casulo de filamentos,
tecido como o novelo
de Ariadne.
Não tens forças como Teseu.
Queres voar em busca do infinito.
Mas algo te puxa
para o fundo da terra adentro.
Confusa, assustada e enevoada,
imagino outra saída
que me devolva a mim.
Quero a luz das estrelas.
Quero me enternecer,
novamente,
com o cântico dos pássaros.
A vida me convida
a desfrutar suas alegrias.
Quero sonhar com o rio,
a água, a pedra e o vento.
Baco ergue sua taça
e me brinda com seus deleites.
O cosmos reclama
minha demorada ausência.
Mas tua herança atávica
enche de neblina
o meu sonho desperto.
Insone e dividida,
me alimento de cansaço.
E o universo se torna
imensamente cinza.
a bússola,
meus parâmetros.
Deixaste-me com
paradoxos.
Teus antepassados
largaram rastros pesados,
incrustados
na tua alma peregrina.
Há areia desértica
que velam teus olhos.
É o legado que recebeste.
É o teu triste e doloroso legado.
Teu sangue sírio
percorre tuas veias e nas
tuas vísceras quentes
vejo adagas e punhais.
Tu te revoltas contra as misérias
do mundo terreno.
Brigas com a humanidade.
Choras o tempo que flui.
Mas nada podes fazer.
E não te libertas
do passado de venturas.
Estás preso como
frágil crisálida
sem forças para romper
o casulo de filamentos,
tecido como o novelo
de Ariadne.
Não tens forças como Teseu.
Queres voar em busca do infinito.
Mas algo te puxa
para o fundo da terra adentro.
Confusa, assustada e enevoada,
imagino outra saída
que me devolva a mim.
Quero a luz das estrelas.
Quero me enternecer,
novamente,
com o cântico dos pássaros.
A vida me convida
a desfrutar suas alegrias.
Quero sonhar com o rio,
a água, a pedra e o vento.
Baco ergue sua taça
e me brinda com seus deleites.
O cosmos reclama
minha demorada ausência.
Mas tua herança atávica
enche de neblina
o meu sonho desperto.
Insone e dividida,
me alimento de cansaço.
E o universo se torna
imensamente cinza.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Ser Feliz
Escolho ser feliz.
Se não me acompanhas,
nada posso fazer.
Quero o regozijo
da alegria.
E a vida mostra suas cores
num arco-íris de encantos,
deslumbramento e magias.
Já te disse que quero
ser feliz.
Não quero ter razão
nem partido.
Quero seguir
a estrada que me convém.
Quero viver
as circunstâncias,
desfazer as ilusões.
Chega de lamento.
Meu pranto não lavará
o sofrimento.
Quero te convidar
a sorrir.
Não sei se irás comigo.
Mas recuso-me a ser infeliz.
Se não me acompanhas,
nada posso fazer.
Quero o regozijo
da alegria.
E a vida mostra suas cores
num arco-íris de encantos,
deslumbramento e magias.
Já te disse que quero
ser feliz.
Não quero ter razão
nem partido.
Quero seguir
a estrada que me convém.
Quero viver
as circunstâncias,
desfazer as ilusões.
Chega de lamento.
Meu pranto não lavará
o sofrimento.
Quero te convidar
a sorrir.
Não sei se irás comigo.
Mas recuso-me a ser infeliz.
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