terça-feira, 17 de abril de 2012

Caminhos

Brincos de princesa
adornam o jardim
da tua casa musical.
Os pássaros sussurram
na tarde morna.
Os sons da natureza
se mesclam
em cores matizadas.
Havia tanto silêncio
por lá...
Pensamentos vividos voam,
querendo definitivamente
se soltar.
O verbo livre
soletra palavras
não pensadas,
jamais ditas.
O chão de pedras toscas
do teu solário
tem marcas
de pés que hesitam.
Não sabem a força que têm.
As folhas ao vento tépido
farfalham comovidas.
Minha veste irreal
se despetala como crisálida
e se despede de algo
intangível.
Não há choro possível.
As lágrimas foram
gastas, todas.
E há um cântaro
cheio delas.
Águas salgadas,
vestidas de luto.
O tempo chama,
inclemente.
Não é mais possível
tecer quimeras.
Deixo-as, então.
Nada mais resta.
E sigo
por caminhos distantes
de tudo que fui.

Um comentário:

Paulo da Mata disse...

brincos de princesa...
me lembro tanto de nossas mães falando de flôres. Por mim podiam demorar mais no assunto, ao invés de bronquear com os filhos! Ach!