
Para o amigo Billy Blanco, in memoriam
Na tarde inacabada
dos ciclos vividos,
parto em busca
das utopias.
Vou com meus medos
e levo meu espanto
na bagagem.
Estou só com minha angústia.
Olho o sol e as flores
a me falar de belezas.
Quero agarrar a estrela
que caiu,
ainda iluminada.
Mas a chuva ao final da tarde
desvia meu olhar.
Os ruídos dos pingos
são monótona canção
nos meus ouvidos cansados.
Talvez o meu tédio
nesta cama triste e fria
seja a expressão inequívoca
do barulho da chuva.
E meu pranto
se dilui na chuva,
no riacho e no oceano,
e deságua talvez no amor.
Anunciaram a minha quase morte.
Meu pranto forte
é o choro da criança no berço
sem saber se tem fome
ou sede de afeto.
Meu pranto é o choro
da infância perdida,
dos amigos deixados.
Meu pranto é tudo que desconheço.
Estou no fosso do tempo.
Meu pranto é esta longa travessia
de vozes órfãs.
Meu pranto é choro convulso
pelas composições
que não vou mais criar.
É a falta da família que vou deixar.
Meu pranto é o abismo derradeiro.
E eu enfim me curvo
ao som das cordas pungentes
de um violão amigo.
Na tarde inacabada
dos ciclos vividos,
parto em busca
das utopias.
Vou com meus medos
e levo meu espanto
na bagagem.
Estou só com minha angústia.
Olho o sol e as flores
a me falar de belezas.
Quero agarrar a estrela
que caiu,
ainda iluminada.
Mas a chuva ao final da tarde
desvia meu olhar.
Os ruídos dos pingos
são monótona canção
nos meus ouvidos cansados.
Talvez o meu tédio
nesta cama triste e fria
seja a expressão inequívoca
do barulho da chuva.
E meu pranto
se dilui na chuva,
no riacho e no oceano,
e deságua talvez no amor.
Anunciaram a minha quase morte.
Meu pranto forte
é o choro da criança no berço
sem saber se tem fome
ou sede de afeto.
Meu pranto é o choro
da infância perdida,
dos amigos deixados.
Meu pranto é tudo que desconheço.
Estou no fosso do tempo.
Meu pranto é esta longa travessia
de vozes órfãs.
Meu pranto é choro convulso
pelas composições
que não vou mais criar.
É a falta da família que vou deixar.
Meu pranto é o abismo derradeiro.
E eu enfim me curvo
ao som das cordas pungentes
de um violão amigo.
Um comentário:
A poeta consegue conduzir o compositor a sua última viagem. O poema parece musicado por Billy Branco. Ele está presente o tempo inteiro, partindo como um menino a descobrir os segredos de uma caverna. Segue a tua vida em outra existência. Alice televou até a porta da outra morada. Segue em paz! Teu canto fica conosco como recordação.
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