quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Oceano

Penso que me amas
pelo avesso da vida
e fantasias o dia
em que me conheceste.
Não tenho mais ilusões
sobre o mar
nem sobre ti.
Não há como parar
as ressacas.
Nem as ondas.
Nem as marés.
Tampouco comprendo
a magia do deserto
que me atrai em sonhos.
Vejo miragens desérticas
nos teus olhos baços.
Como posso mirar-te assim?
Perda de tempo
a angústia que me toma
o corpo ao longo da vida.
Tento seguir lúcida
para o deserto incerto
do teu olhar mouro.
Não posso parar as ondas,
nem o tempo,
nem as marés.

2 comentários:

Geraaldo Ferreira de Lima disse...

Alicinha:
Poeta maior nos inunda com seu oceano. A retomada do blog no início ano, nos presenteia com um poema que leva o amor a navegar. A dicotomia desértica com as águas do mar, mostra com clareza a idas e vindas dos sentimentos humanos. Obrigado por nos brindar com a sua bela poesia.

Searom V. disse...

O amor doído de desertos e mares é a tônica deste belo poema. A autora mostra o desencanto, o desalento, utilizando metáforas para expressar sentimentos eternos, como o amor e a paixão.