segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Menos Gris

Quando eu não puder te escutar
quem me chamará de anjo barroco?
Quem me dirá que sou estrelinha
caída de um recanto do céu?
Quando tua voz calar
que restará da ternura
que me dás?
Em que recôndito do mar
tua musicalidade ficará perdida?
Não é apenas a tua fala
que é fonte do meu encanto.
É nela que eu bebo minha criação,
é nela que tudo faz sentido.
Tua voz é meu cântaro:
misterioso depositário de dores,
esperanças envelhecidas,
embora ainda sonhadas.
É cedo para me falares de adeus.
Fala-me de chegadas
e encontros.
Fala-me de verdades
mesmo inventadas.
Fala-me de coisas
que preciso ouvir
para acreditar de novo
no amor possível.
E, quem sabe,
ser um pouco menos gris.

Um comentário:

Fabiola disse...

Ah Alice...
também quero ser um pouco menos gris , mas de vez em quando é impossivel...
adorei , adoro o jeito que escreve
obrigada pela inspiração!
um beijo querida!

Fabiola