quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Beduíno

Se eu soubesse da tua partida,
talvez fosse outra minha sina.
Se eu soubesse
que era teu último abraço,
eu te apertaria com braços e laços
para que não desfizesses os nós
das ternuras que nos dávamos.
Agora estou sem braços para abraçar.
Se eu soubesse que seria
teu último beijo,
eu te daria a entrega
do amor incondicional.
Se eu soubesse do adeus repentino,
tocaria tua alma inteira
e ficarias perpetuado
nas minhas mãos pequenas.
Mas estou sem mãos para acariciar.
Foste sem olhar para trás,
com a coragem dos aventureiros.
Foste de repente como um beduíno
à procura de areias longínquas,
longe das histórias já vividas.
És um nômade com sonhos e ilusões,
a querer novos amores e venturas.
Inútil que eu me iluda agora.
Dou tempo à dor e acalento a perda,
o coração apertado,
os olhos doloridos.
Pois és um beduíno,
sei que jamais irás voltar.

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