segunda-feira, 9 de março de 2009

Abraços Siderais

Dentro do momento insano
e da curva desta esquina,
teus gemidos são ouvidos.
São lamentos do mundo,
enclausurados no peito.
Pensamentos embaçados
represam tardes de chuva.
O que te dizer
se a tempestade te engole?
Seguro as lágrimas,
traço rumos para os beijos
que trocamos.
Nada mais doce
do que o sonho tangível.
Sei como dói amar.
Crio redenções.
Invento possibilidades.
Reviro-me
e envelheço um pouco.
Destilo seivas,
entre lençóis amarrotados,
com o cheiro da tua pele.
Enfrentaria tudo
para não sentir a dor aguda
que abate teu corpo exposto.
Talvez fosse melhor gritar.
Talvez o silêncio da noite tardia
embale teu sono dolorido.
E voltes a ser menino grande,
a brincar debaixo da escada
de esconde-esconde.
Mas a canção silente,
pela vida afora,
leva teus passos
em direção ao íntimo da alma.
Quem sabe agora a noite
cale todo o sofrimento.
A força lírica
de abraços siderais
virá te trazer conforto.
E anjos e querubins
beijarão com ternura
tua face solitária.

Um comentário:

geraldoepoesia disse...

A poesia da Alice voa ao espaço. é o seu grito de amor, sentimento maior que move a vida. Que move o mundo. O espaço sideral não é o limite para o seu canto. A lírica da sua toda jorra do coração e não tem um fim de caminho. Só tem destino. Este tem uma morada. Tem um acolhimento. Sabe as janelas que abre e as portas que lhe são permitidas. Geraldo Ferreira