O amor que te dou
está na literatura, nos astros
e nas estrelas.
Desnecessário mostrar
o coração acelerado.
Me despi de tudo
e tenho a carne exposta.
Rasguei o imponderável.
E só a arte agora me comove.
Toco as constelações,
componho canções.
E me abasteço de razões
pra não sofrer mais.
Aguço meus sentidos
para afastar-me da angústia.
E me desafio para livrar-me
de tudo que me cega.
Vou ao meu próprio encontro.
Escrevo com fascínio
e sofreguidão.
Tento te reinventar.
Mas já fazes parte da imaginação.
As palavras, sim, me pertencem.
Descobri que nada é meu.
Pensei que era, mas
tudo o mais é reticente
e cheio de caprichos.
E eu me preencho
e me supero
do amor que não me dás.
terça-feira, 10 de março de 2009
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2 comentários:
Isso de trocar amor por arte não é lá muito bom, o bom é o equilíbrio, um pouco dos dois. Nada em demasia é bom para a nossa saúde. Mas gostei da poesia. Beijos minha Dinda! Se cuida.
Até quando Alice aborda o desassossego do amor, a sua inquietude se transforma em análise de amor. Fala de amor antigo. Resgata. Repagina. Não cala diante da indiferença. Alice é uma amante alada. Voa sobre as cabeças e, às vezes, pousa.
Geraldo Ferreira
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